Caso Karine Gouveia

Dono das clínicas de estética Karine Gouveia, os influenciadores Karine Giselle Gouveia, de 34 anos, e Paulo César Dias Gonçalves, de 44, foram indiciados por nove crimes, entre eles, o de lesão corporal gravíssima praticada contra quase 30 pacientes. Segundo o delegado responsável pelo caso, Daniel José de Oliveira, são danos irreversíveis causados às vítimas, como necrose, deformações e infecções.

Em nota, a defesa de Paulo César, o advogado Tito Amaral, disse que já aguardava o envio do inquérito policial à Justiça e que acredita que ele será devolvido pelo Ministério Público ao delegado “para que diligências sejam refeitas”.

O advogado Romero Ferraz, que representa Karine Gouveia, disse que a defesa não se surpreende com o indiciamento e alegou que a investigação foi marcada por “vícios, narrativas distorcidas e motivação persecutória, afronta direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição”. Afirmou ainda que sua cliente nunca foi ouvida na investigação e está tomando as medidas cabíveis.

Uma empresária de 46 anos, que não quis se identificar, denunciou ter sequelas após fazer três procedimentos na testa, no rosto e abaixo dos olhos. Segundo ela, as intervenções na face foram vendidas como preenchimento com ácido hialurônico, mas na verdade, foi usado PMMA, sem autorização dela.

A empresária conta que já procurou três médicos diferentes para tentar remover o produto, mas, por estar próximo a um nervo, é muito arriscado qualquer tipo de procedimento.

A psicóloga Vânia Ribeiro também foi vítima de procedimentos malsucedidos na Clínica Karine Gouveia. Ela investiu quase R$ 20 mil em uma harmonização facial, que incluía intervenções nas pálpebras inferiores, no “bigode chinês” (linhas de expressão entre o nariz e a boca), nos lábios e no ângulo da mandíbula.

No entanto, segundo ela, ao invés de aplicarem ácido hialurônico conforme combinado com a psicóloga, ela recebeu óleo industrial no rosto. Exames realizados pela Polícia Científica de Goiás comprovaram a verdadeira composição do produto.

O caso é investigado pela Polícia Civil desde abril de 2024 e as duas clínicas, em Goiânia e Anápolis, foram interditadas. Karine e Paulo estão presos na Unidade Prisional de Aparecida de Goiânia e foram indiciados por nove crimes:

  1. organização criminosa
  2. lesão corporal gravíssima;
  3. exercício ilegal da medicina;
  4. fraude processual;
  5. falsidade ideológica;
  6. falsificação, corrupção e adulteração de produto terapêutico;
  7. estelionato;
  8. propaganda enganosa;
  9. execução de serviço com alto grau de periculosidade.

Além dos influenciadores, 13 profissionais ligados diretamente ou indiretamente com a clínica também poderão responder pelos crimes.

G1

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