Em processo de separação, a motivação do crime seria a disputa de bens entre o casal.
A pastora Sueli Alves dos Santos, de 44 anos, foi condenada por matar por envenenamento o marido, José Maria Vieira. O crime aconteceu em setembro de 2022, em Bela Vista de Goiás, e a pena da religiosa é de 15 anos de prisão. O caso começou a ser investigado após denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
A possível motivação do crime seria de ordem financeira, já que ambos estavam em processo de separação e, segundo as investigações, Sueli tinha planos de ficar com todos os bens para si. Inclusive, a pastora contratou um plano funerário, em março do mesmo ano, no qual colocou como dependente o marido.
Durante depoimento, Sueli negou qualquer envolvimento com a morte de seu esposo, apesar do histórico de violência dela contra ele. O promotor de Justiça de Bela Vista que trabalhou no caso, André Lobo, diz que a pastora chegou a sugerir o suicídio de José Maria, já que, segundo consta em seu depoimento, ela teria saído de casa na véspera da morte do marido e retornado apenas no dia seguinte.
Apesar da versão apresentada, as provas colhidas no local e os depoimentos de testemunhas desmentem a pastora.
A condenação aconteceu nesta terça-feira, 3, após o Tribunal do Júri considerar a pastora culpada. A pena deve ser cumprida em regime inicialmente fechado. A ré não pode recorrer da sentença em liberdade.
Relembre o caso
A pastora Sueli Alves dos Santos Oliveira, de 42 anos, foi presa em Bela Vista de Goiás no dia 22 de setembro de 2022, acusada de assassinar o marido, José Maria, e tentar encobrir o crime com a simulação de um suicídio. A polícia encontrou evidências de envenenamento por chumbinho, incluindo vestígios na cozinha e na caixa de gordura da residência. Testemunhas relataram que o casal vivia em conflitos constantes, e na noite anterior ao crime, Sueli teria agredido o marido, que chegou a registrar as lesões em fotos posteriormente apagadas por ela.
A investigação revelou que Sueli havia contratado um plano funerário para o marido meses antes e se declarado beneficiária, levantando suspeitas de premeditação. Mensagens encontradas no celular dela reforçam a teoria, já que indicam conversas onde Sueli dizia que ficaria com os bens e a pensão caso José morresse. Além disso, vizinhos relataram que José havia procurado ajuda afirmando temer por sua vida devido às atitudes da esposa.
A acusada negou o crime e afirmou que estava fora de casa no momento do ocorrido, mas depoimentos de vizinhos e provas coletadas pela polícia contradizem sua versão. Sueli também possui histórico de violência, com registros de tentativa de assassinato contra um ex-marido em Brasília, motivo pelo qual estaria proibida de ter contato com os filhos de um relacionamento anterior.
Com as evidências levantadas, a delegada responsável divulgou a imagem de Sueli presa, visando identificar outras possíveis vítimas, já que ela usava sobrenomes diferentes em razão de casamentos anteriores. A gravidade das acusações e o padrão de comportamento identificado tornam o caso um exemplo significativo de violência doméstica e manipulação.
Por: Jornal Opção